Jerônimo desembarca esta noite em Salvador em meio a pressões para fechar a equação do candidato a prefeito da capital

Foto: Divulgação

Depois de um périplo internacional ao lado do presidente Lula (PT) no Oriente Médio e na Europa, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) desembarca no final da noite desta terça-feira (05) em Salvador com a missão de tentar fechar a equação na base aliada para anunciar o candidato a prefeito na capital. Há, ainda, muitos impasses que precisam ser resolvidos no interior que também pressionam o chefe do Executivo estadual.

Se o deadline sobre Salvador for 2023, como era o anunciado, o tempo está se esgotando. Há aliados do governador que confessam reservadamente não acreditar mais que o anúncio do postulante ao Palácio Thomé de Souza seja feito este ano. Alguns, inclusive, apostam que isso só ocorrerá depois do Carnaval, como de praxe.

Em entrevistas recentes à imprensa, o senador Jaques Wagner (PT), que tem um papel protagonista nas discussões e viajou com o governador, assim como o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), disse que a definição vai ocorrer logo após o retorno de Jerônimo do exterior. Já o secretário estadual de Relações Institucionais, Luiz Caetano (PT), admitiu, também em conversas com jornalistas, que o prazo pode ser janeiro.

“Seria péssimo a gente participar da festa da Lavagem do Bonfim, em janeiro, sem ter o candidato em Salvador. Seria muito ruim também termos o Carnaval sem essa definição. Só quem ganha com isso é o prefeito Bruno Reis (União), que reina sozinho e absoluto, com todos os holofotes para si, ampliando ainda mais a vantagem que tem por estar sentado na cadeira”, disse ao Política Livre o presidente de um dos partidos da base de Jerônimo.

Por enquanto, não há sinalização por parte do governador de uma nova reunião do conselho político para tratar das eleições, mas tanto Jerônimo quanto Wagner terão, esta semana, conversas em separado com dirigentes partidários da base aliada para discutir o assunto, sobretudo o cenário em Salvador.

Como já mostrou o site, Jerônimo e Wagner analisam a possibilidade, após um processo de articulação interna bem ajustado, de repassar ao conselho político a palavra final sobre a definição em Salvador como forma de minimizar o desgaste junto a lideranças e, sobretudo, a militância do PT e dos demais partidos da federação (PCdoB e PV). Isso porque o nome já escolhido pelos caciques petistas foi o do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), por ser o mais competitivo na cidade.

“É fundamental, se for por este caminho mesmo, que não pareça uma decisão de cima para baixo, como pareceu quando vazou que Geraldo Júnior seria o escolhido e acabou atrasando todo esse processo. Caso contrário, o vice-governador pode não ter o apoio verdadeiro da militância dos partidos de esquerda, campo ao qual ele não pertence. Sem essa militância, não há chance alguma de vencemos na capital”, declarou um outro dirigente partidário da base do governo.

Outra questão que Jerônimo e Wagner precisam ajustar é sobre a vice do candidato na capital. Também para minimizar o impacto na militância do anúncio de que o candidato será Geraldo Júnior, a articulação é para que a chapa seja completada por uma mulher do PT ou do PCdoB.

Em relação ao interior, uma das situações mais delicadas para Jerônimo e Wagner é a de Vitória da Conquista. Isso porque o MDB não abre mão de lançar como candidata a prefeita a vereadora Lúcia Rocha, filiada ao partido. O PT, por sua vez, defende o nome do deputado federal Waldenor Pereira, que já recebeu o apoio de Wagner.

Jerônimo embarcou para Dubai, nos Emirados Árabes, no último dia 29, para participar da 28ª Conferência de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP-28. A exemplo de Lula, o governador também esteve em Berlim, na Alemanha, para uma agenda de reuniões com empresários. Entre as autoridades estaduais que acompanharam o governador estavam os secretários de Desenvolvimento Econômico, Ângelo Almeida, e o de Meio Ambiente, Eduardo Sodré Martins.

Na ausência de Jerônimo, quem assumiu a chefia do governo do Estado foi Geraldo Júnior, que tratou de aproveitar ao máximo a titularidade do posto para ganhar visibilidade em inaugurações, vistorias e solenidades na capital.

*Política Livre

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