Dia Mundial de Combate ao Câncer reforça conscientização sobre doença
Celebrado neste sábado (4), o Dia Mundial de Combate ao Câncer reforça a importância da conscientização da sociedade sobre os vários tipos da doença, como o de sangue, tema do Fevereiro Laranja, com destaque para a leucemia. Em entrevista à Agência Brasil, o oncologista Otavio Baiocchi, professor do Departamento de Oncologia Clínica da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diz que o câncer no sangue é diagnosticado por exames laboratoriais, principalmente hemograma, além de exames específicos adicionais.
As leucemias, em especial, podem ser divididas em agudas e crônicas. “O que muda é o tempo de evolução e o aparecimento de sintomas”, explica Baiocchi. Nas leucemias agudas, os sintomas e sinais surgem de maneira muito rápida. A doença aparece em qualquer faixa etária, mas é mais comum na infância e na adolescência. Por ser de rápida evolução, apresenta, em geral, alterações no hemograma de instalação rápida, como anemia, baixa de plaquetas, com risco de hemorragia, e baixa imunidade, com risco de infecção. Associado a isso, a pessoa pode ter dores ósseas, aumento de gânglios e do baço.
“Nas leucemias agudas, muitas vezes, o paciente vai para o pronto-socorro com uma dessas queixas: nariz que sangra, febre, fraqueza. E, no pronto-socorro, é identificada a possibilidade de uma leucemia aguda”. Já a leucemia crônica tem sintomas mais insidiosos, diz o oncologista. Pode apresentar os mesmos sinais, como anemia, mas de maneira mais lenta. Diferente da leucemia aguda, que acomete mais crianças, a leucemia crônica é doença de idosos, encontrada em pessoas com idade média a partir de 60 anos. Segundo Baiocchi, não há como prevenir as leucemias. “Talvez a melhor forma de prevenir seja disseminar o conhecimento, mas não existe nenhum exame de prevenção ou que sugira o aparecimento de uma leucemia.” Uma boa notícia é que, apesar de ser o câncer mais comum na infância, é o mais curável hoje. “A gente cura mais de 90% das crianças com leucemia. Isso vem acontecendo nos últimos dez anos, e cada vez mais”.
Baiocchi ressalta, porém, que o conhecimento e o diagnóstico precoce facilitam a cura. Todo o tratamento da leucemia é baseado até hoje em quimioterapia, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto na rede privada. Dependendo dos casos, a quimioterapia pode ser associada à imunoterapia. Não existe fator de risco para a leucemia, como são, por exemplo, o tabagismo e o alto consumo de álcool para outros tipos de câncer. “Não é uma doença hereditária. É adquirida na infância e na adolescência, mas sem causa definida. Até hoje não sabemos a causa da leucemia.
”O médico defende a realização de campanhas de orientação, afirmando que, quanto mais se fala, menos mitos são criados. “É extremamente benéfico para a sociedade”. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima o surgimento de mais de 11 mil casos de leucemia no Brasil por ano, entre 2023 e 2025, englobando as populações infantis e adultas.
*Bahia Notícias
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