5G: o que falta para chegar mais cedo e mais barato no Brasil?

O ano mal começou e já promete ser, mais uma vez, um período de grande protagonismo para o setor de telecom. Assim como em 2022, o grande propulsor deverá ser o 5G. A nova tecnologia está presente em todas as capitais brasileiras e as operadoras fizeram a sua parte.

Em média, foram instaladas três vezes mais antenas do que o previsto nesta primeira fase das obrigações previstas no edital do leilão. A próxima meta da Anatel prevê a instalação do 5G nas cidades com mais de 500 mil habitantes, no entanto, essa instalação pode ocorrer até julho de 2025.

Existe interesse do setor de antecipar essa operação, mas ele tem enfrentado dificuldade com as legislações municipais, que dificultam muito a instalação de antenas.

Apenas 2% das cidades brasileiras possuem regras adequadas para implantação da infraestrutura.

Um dos casos mais emblemáticos é o de Goiás: apesar de haver uma lei estadual que incentiva os municípios a atualizarem suas legislações, nenhuma cidade conta com normas totalmente aderentes.

O ano certamente trará outros desafios importantes. A começar pela economia mundial, que segue sentindo os efeitos de longos anos de pandemia. Há ainda preocupações com inflação e juros altos em mercados relevantes, além, claro, da guerra no continente europeu.

Internamente, existem ainda incertezas de como os assuntos técnicos e econômicos serão tratados. Mas não restam dúvidas de que uma das prioridades para 2023 deva ser uma Reforma Tributária ampla, que considere o PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI. O setor de Telecom ressente-se, no Brasil, de uma das cargas tributárias mais altas de todo o mundo.

Como ficou provado, sobretudo durante o lockdown, a conectividade se tornou fundamental para o desenvolvimento de praticamente todos os segmentos econômicos.

Em que pese esse crescente consumo por parte da população, ainda existe no país um enorme abismo digital. O setor possui propostas concretas para endereçar esse problema e auxiliar as camadas mais desfavorecidas. Entre elas, estão a criação de um programa para conectar famílias de baixa renda, com subsídio direto para facilitar o acesso à internet e a dispositivos como smartphones e tablets.

Outra medida que pode ajudar a diminuir o custo de telecom refere-se ao compartilhamento de postes. Com as regras atuais de aluguel de infraestrutura, os consumidores de conectividade pagam uma espécie de subsídio para os consumidores de energia.

Como é possível notar, 2023 deverá colocar novamente a conectividade nos holofotes. Cientes dos desafios, as operadoras deverão manter os investimentos em patamares muito elevados, na casa dos R$ 35 bilhões. Espera-se que haja avanços nos pontos destacados acima para que seja possível que mais brasileiros usufruam o quanto antes de todos os benefícios proporcionados pela tecnologia.

*TecMundo

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