Transplante de gene de idosos pode rejuvenescer o coração, diz estudo

Foto: iStock

Um estudo publicado na revista Cardiovascular Research no dia 13 de janeiro descobriu que um transplante de genes pode rejuvenescer em anos o coração de pessoas com problemas cardíacos, fazendo com que o orgão volte a funcionar normalmente.

Para a realização da pesquisa, os cientistas de universidades da Itália e do Reino Unido se basearam em um estudo de cientistas italianos. O artigo de 2015 descobriu que pessoas que vivem depois dos 90 anos com saúde possuem um gene chamado BPIFB4. Ele é responsável por produzir uma proteína que mantém o funcionamento dos perecitos. Este tipo de célula participa da construção de novos vasos sanguíneos e colabora para o seu bom funcionamento, mantendo o coração saudável por mais tempo.

Os pesquisadores britânicos e italianos coletaram genes BPIFB4 de idosos saudáveis e longevos e, em uma primeira etapa do experimento, o introduziram em camundongos mais velhos. Eles descobriram que a terapia foi capaz de recuperar marcadores do envelhecimento biológico do coração em 10 anos.

Os mesmos genes foram aplicados em ratinhos de meia-idade. Neles, os efeitos da terapia foram, principalmente, o bloqueio do declínio da função cardíaca. A transferência do gene também foi associada à pausa do desenvolvimento da aterosclerose e diabetes.

Terapia dos genes BPIFB4 em humanos

Com os testes bem-sucedidos nos camundongos, os cientistas replicaram o experimento em humanos: eles coletaram células do coração de 24 pacientes idosos com problemas cardíacos graves. Alguns deles já haviam passado por transplante, inclusive.

Eles adicionaram os genes BPIFB4 às células doentes e observaram um processo de rejuvenescimento cardíaco: as células dos pacientes com insuficiência cardíaca voltaram a funcionar normalmente.

De acordo com os pesquisadores, a rapidez com que o coração se deteriora depende de vários fatores, incluindo as mutações genéticas que codificam proteínas. Agora, eles estão explorando a possibilidade da aplicação da proteína BPIFB4 ao invés do gene — o processo seria mais seguro e direto, segundo eles.

*Metrópoles

Os comentários estão fechados, mas trackbacks E pingbacks estão abertos.