Entenda qual é a importância do Zé Gotinha para saúde pública do país

Foto: Divulgação

Em 1987, o Brasil vivia um cenário epidemiológico complicado. Doenças como sarampo, catapora, coqueluxe, difteria e poliomielite, que hoje são consideradas controladas, estavam em alta de casos, e as vacinas ainda não eram tradicionais no país.

Para tentar convencer a população a se engajar pela imunização, surgiu o Zé Gotinha. Desenhado pelo artista plástico Darlan Rosa, o personagem representava o novo imunizante em gotas contra a pólio.

O professor Wildo Navegantes de Araújo, do Departamento de Saúde Pública da Universidade de Brasília (UnB), lembra que, antes da implementação do Zé Gotinha, o processo de comunicação relacionado à saúde enfrentava um certo “cansaço”, e a mensagem principal era de que quem não toma vacina, morre. “Esse reflexo negativo era preocupante. Com a criação do personagem, essa perspectiva foi alterada completamente”, explica o professor.

A campanha daquele ano foi um sucesso. Com a ajuda do personagem, o país conseguiu ultrapassar a marca de 95% da população alvo imunizada, o suficiente para afastar completamente a ameaça da poliomielite do território brasileiro.

“Tivemos uma adesão tremenda da sociedade, as pessoas compareciam para vacinar as crianças. O Zé Gotinha ganhou uma outra magnitude, pois a imagem dele começou a ser atrelada ao movimento campanhista de rotina de vacinas”, explica Araújo.

O Zé Gotinha não só se tornou parte da experiência da vacina, como ganhou até uma família: em 2021, a população foi apresentada à Dona Gotinha (avó), Seu Gotinha (avô), Gotinha Jr. (filho) e Maria Gotinha (esposa), com o objetivo de incentivar a imunização de outros grupos.

*Metrópoles

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