CPI das Apostas Esportivas pode ser utilizada por alagoanos para atingir Ednaldo Rodrigues

Foto: Reprodução Agencia Brasil

Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o baiano Ednaldo Rodrigues pode ser um dos alvos da CPI das Apostas Esportivas, que definiu nesta terça-feira (23) o plano de trabalho e aprovou os primeiros requerimentos de convocação. O Política Livre apurou que a comissão de investigação pode ser utilizada pelo presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), como forma de desgastar o dirigente.

Lira fez questão de indicar para o comando da CPI o deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), de quem é próximo. O presidente da Câmara também é aliado do ex-presidente da Federação Alagoana de Futebol e ex-vice-presidente da CBF, Gustavo Feijó, que fez de tudo para tentar impedir a posse de Ednaldo como comandante da entidade máxima do esporte Bretão, em março de 2022.

Feijó, que sempre sonhou com o comando da CBF, tentou evitar a eleição na confederação nos âmbitos esportivo e judicial. Conseguiu uma liminar na Justiça alagoana, mas de nada adiantou. Ednaldo foi eleito com os votos de 26 das 27 federações – somente a de Alagoas, que tem como presidente Felipe Omena Feijó, filho de Gustavo, foi contra.

O cartola alagoano, que foi prefeito de um pequeno município daquele Estado (Boca da Mata), mas hoje está inelegível após condenação por abuso de poder, acusou Ednaldo Rodrigues de aumentar os salários dos presidentes das federações para facilitar a própria eleição na CBF. A denúncia não avançou por falta de provas.

Segundo políticos ouvidos pelo site, Arthur Lira teria, inclusive, pedido a emissários para sondar Ednaldo sobre a possibilidade de desistir da disputa pelo comando da CBF em favor do aliado alagoano. Ou seja, existe o temor de aliados do atual presidente da CBF de que a CPI se torne palco para uma espécie de vingança visando enfraquecer ou atingir o dirigente baiano.

A CPI das Apostas Esportivas, a única instalada por consenso entre as bancadas do governo e da oposição na Câmara, tem dois parlamentares baianos como membros: José Rocha (União) e Leur Lomanto Júnior (União) – o primeiro é conselheiro do Esporte Clube Vitória e o segundo é presidente da Associação Desportiva Jequié.

Nesta terça, a comissão aprovou a convocação, na condição de testemunha, do empresário e policial militar Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova Futebol Clube. Ele foi o primeiro a investigar e denunciar o escândalo de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro de Futebol. Será o ponto de partida dos trabalhos do colegiado.

A CPI também pediu acesso aos autos do inquérito policial de posse do Ministério Público de Goiás que apura o escândalo, bem como o convite ao promotor da instituição no estado Fernando Cesconetto e o procurador-geral goiano, Cyro Terra Peres.

Fonte: Política Livre

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