Além de transplante, coração artificial pode ser usado em tratamento de insuficiência cardíaca
O tratamento de casos de insuficiência cardíaca no Brasil, tem registrado diferentes formas de alternativas. O transplante de coração, procedimento cirúrgico utilizado em tratamento para pacientes com alguma enfermidade cardíaca, seria a última alternativa de tratamento para quadros de insuficiência cardíaca no Brasil.
De acordo com o cardiologista, vice-presidente da Associação Bahiana de Medicina (ABM) e conselheiro do Conselho Administrativo da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Dr. Nivaldo Filgueiras, suportes mecânicos e o uso de um “coração artificial” pode ser utilizado para auxiliar na função do órgão.
“A partir do momento em que o coração entra em falência, existe uma gama de medicamentos que são utilizados no tratamento, além dos suportes mecânicos. Em alguns casos, é possível a indicação de um coração artificial para substituir o órgão. Quando falamos no transplante de coração, estamos falando da via final do tratamento”, explica.
Para o cardiologista, a insuficiência cardíaca pode ser motivada por diversos fatores. Em alguns casos, a condição pode ser revertida quando a causa da insuficiência é tratada adequadamente.
“Primeiro é necessário se detectar a causa. Se tem uma obstrução nas artérias do coração, isso pode ser revascularizado. Se tem um problema nas válvulas do coração, elas podem ser abertas ou trocadas. Muitas vezes esse ciclo de insuficiência cardíaca pode ser interrompido”, aponta.
A insuficiência cardíaca atinge cerca de 3 milhões de brasileiros, conforme dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Segundo o médico, hábitos adquiridos ao longo da vida, como sedentarismo e má alimentação, estão diretamente relacionados com a incidência de casos.
“Trata-se de uma doença crônica, em que o coração não bombeia o sangue como deveria. Em geral, o problema é consequência de outras doenças que ao longo tempo agridem o órgão, como infarto, hipertensão, miocardite, entre outros. É importante observar que todas as doenças cardiovasculares podem evoluir, em sua história natural, para a insuficiência cardíaca. Costumamos dizer que é a via final de qualquer doença cardíaca não tratada adequadamente”, ressalta.
A principal manifestação da insuficiência cardíaca é a falta de ar. “A queixa de cansaço e falta de ar está presente na quase totalidade dos casos, mas pode ser acompanhada de edema, dor ou desconforto torácico e tosse seca”, lista Filgueiras.
Conforme o médico, a condição afeta, principalmente, pessoas com mais idade, porque está relacionada a outras doenças adquiridas. No entanto, ele enfatiza que isso não significa que a patologia não possa ser diagnosticada em qualquer faixa etária.
O tratamento e a prevenção dependem do diagnóstico precoce e do controle das doenças associadas, quando existem. “Mas a adoção de hábitos saudáveis ao longo da vida contribui para evitar o problema. Sendo assim, praticar atividade física regularmente, manter uma alimentação equilibrada com baixo consumo de gordura, sal e açúcar, e evitar o consumo de bebida alcoólica são medidas importantes”, pontua.
Além disso, o especialista também defende a importância da consulta regular com o médico cardiologista. “O especialista é peça fundamental no tratamento adequado da insuficiência cardíaca. Saber diagnosticar adequadamente e realizar o tratamento correto é fundamental na melhora do paciente”, conclui.
*Bahia Notícias
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