Nobel de Medicina 2023 vai para dupla que ajudou a desenvolver vacinas de mRNA

Foto: Getty Imagens/ BBC

O Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina de 2023 foi para a bioquímica húngara Katalin Karikó e o médico americano Drew Weissman, por pesquisas que auxiliaram no desenvolvimento das vacinas de RNA mensageiro, fundamentais no enfrentamento da Covid-19.

 Além de uma medalha de ouro de 18 quilates e um diploma, os premiados vão dividir 11 milhões de coroas suecas, cerca de R$ 5 milhões.
 A premiação continua ao longo dos próximos dias. Nesta terça (3), será anunciado o vencedor do Nobel de Física e, na quarta (4), de Química. Em seguida, serão conhecidos os ganhadores em Literatura (5) e Paz (6). Na semana seguinte, será a vez do prêmio de Economia (9). 

A cerimônia de entrega dos prêmios ocorrerá no dia 10 de dezembro, data do aniversário de morte de Alfred Nobel. 

ÚLTIMOS GANHADORES 

No ano passado, o prêmio foi concedido ao pesquisador sueco Svante Pääbo por desvendar os genomas de hominínios extintos, ou seja, membros desaparecidos do grupo de primatas ao qual pertencem os seres humanos. Entre outros feitos, ele coordenou em 2010 os trabalhos que sequenciaram o DNA completo dos neandertais, desaparecidos há cerca de 40 mil anos. 

Em 2021, a láurea ficou com o americano David Julius e o libanês de origem armênia Ardem Patapoutian, 54. Os dois elucidaram os mecanismos que permitem que o sistema nervoso capte estímulos de temperatura e toque na pele. 

Em 2020, o Nobel de Medicina foi dividido por três pesquisadores pela descoberta do vírus da hepatite C. Os americanos Harvey Alter e Charles Rice, dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH) e da Universidade Rockefeller, e o britânico Michael Houghton foram os laureados. 

Já em 2019, William G. Kaelin, da Universidade Harvard, Peter J. Ratcliffe, da Universidade de Oxford, e Gregg L. Semenza, da Universidade Johns Hopkins, foram os premiados por pesquisas sobre como as células percebem e alteram o comportamento de acordo com a disponibilidade de oxigênio. 

Em 2018, James P. Allison e de Tasuku Honjo foram laureados por descobertas ligadas à imunoterapia, ou seja, ao combate do câncer com drogas que potencializam a função do sistema imunológico. 

Entre as descobertas premiadas no passado estão as da estrutura do DNA por James Watson, Francis Crick e Maurice Wilkins (1962), a da penicilina por Fleming e outros (1945), a do ciclo do ácido cítrico por Hans Krebs (1953) e a da estrutura do sistema nervoso por Camillo Golgi e Santiago Ramón y Cajal (1906). 

“É meu desejo que, ao atribuir os prêmios, nenhuma consideração seja dada à nacionalidade, mas que o prêmio seja concedido à pessoa mais digna, sejam ou não escandinavos”, diz o testamento de Alfred Nobel. 

Apesar do desejo, a concentração das premiações científicas em países ricos é expressiva. Isso sem contar o pequeno número de mulheres premiadas. Dos 227 laureados em Medicina ou Fisiologia desde 1901, somente 13 são mulheres. 

COMO É ESCOLHIDO O GANHADOR 

A premiação teve início com a morte de Alfred Nobel, inventor da dinamite. Em 1895, em seu último testamento, Nobel registrou que sua fortuna deveria ser destinada à construção de um prêmio –o que foi recebido por sua família com contestação. O primeiro prêmio foi dado em 1901. 

A escolha do vencedor da área de fisiologia ou medicina começa por indicações de um grupo de 50 pesquisadores ligados ao Instituto Karolinska, na Suécia. Alfred Nobel, em seu testamento, destinou à instituição a missão de eleger pesquisadores que tenham feito notáveis contribuições ao futuro da humanidade. 

O processo tem início no ano anterior à premiação, mais especificamente em setembro, com o envio de convites para indicar um nome para o prêmio, o que deve ocorrer até o dia 31 de janeiro. 

Podem indicar nomes os membros do Comitê do Nobel do Instituto Karolinska; profissionais da área de biologia e medicina ligados à Academia Real Sueca de Ciências; vencedores dos prêmios de fisiologia ou medicina ou de química; professores titulares de medicina de instituições suecas, norueguesas, finlandesas, islandesas ou dinamarquesas; professores em cargos semelhantes em outras faculdades de medicina de universidades de todo o mundo, selecionadas pelo Comitê do Nobel, com o objetivo de assegurar a distribuição adequada da tarefa entre vários países; e acadêmicos e cientistas selecionados pelo Comitê do Nobel. Autoindicações não são aceitas.

*Bahia Notícias

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