Do União Brasil, primo de Elmar admite votar no PT em disputa pela presidência da Assembleia

Foto: Divulgação

Primo do deputado federal Elmar Nascimento (União), o deputado estadual Júnior Nascimento (União) admitiu, em conversa com este Política Livre, a possibilidade de votar no PT na disputa pelo comando da Assembleia Legislativa. Ele descartou apoiar a reeleição do atual presidente da Casa, deputado Adolfo Menezes (PSD).

Júnior Nascimento disse que, numa eventual disputa entre o líder do governo na Assembleia, deputado Rosemberg Pinto (PT), e o atual presidente votaria no petista. “Não por conta da pessoa de Adolfo ou porque sou adversário dele em Campo Formoso, mas porque sou contra isso de reeleição infinita no Legislativo. Não votaria em Adolfo por conta disso”, argumentou.

Ele afirmou que não assinou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite a reeleição de Adolfo Menezes na mesma legislatura pelo mesmo motivo, além de seguir a posição adotada pela oposição durante reunião ocorrida em setembro entre a bancada e o prefeito Bruno Reis (União).

“Quem não assinou a PEC defende a alternância de poder. Na reunião com Bruno, decidimos que só iríamos tratar da eleição para a Mesa Diretora da Assembleia após o pleito municipal de 2024. Foi o acordado. E tem mais: o União Brasil foi o partido que, em 2022, ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a reeleição do então presidente da Câmara Municipal de Salvador, o hoje vice-governador Geraldo Júnior (MDB). Como vamos agora apoiar a reeleição na Assembleia? Então, repito, não tem nada contra Adolfo”, frisou Júnior Nascimento.

O deputado garantiu que Elmar não vai articular para retirar apoios à PEC. “O deputado Elmar Nascimento está preocupado com as questões que ele têm em Brasília, do Congresso Nacional, com os temas de interesse do país e da Bahia. Ele respeita a autonomia da Assembleia”.

Júnior Nascimento assegurou ainda que nenhum parlamentar que assinou a PEC foi retaliado por Elmar, o que teria ocorrido, segundo comentários de bastidor, com o deputado Luciano Simões (União) – o parlamentar teria deixado de receber um trator da Codevasf, órgão sobre a influência política do congressista. “Elmar respeita a autonomia de cada deputado, respeita a todos. Isso não existe”.

Além de Júnior Nascimento, que foi um dos dois únicos deputados que não votaram na primeira reeleição de Adolfo Menezes, em fevereiro deste ano (o chefe do Legislativo pôde disputar porque era o início de uma nova legislatura), também não assinaram a PEC, pela oposição, Marcinho Oliviveira (União), Robinho (União), Manuel Rocha (União), Emerson Penalva (PDT) e Pancadinha (Solidariedade). Todos são ligados a Elmar, que tenta o apoio do PT para ser sucessor do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL).

*Política Livre

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