Consumo de carne vermelha pode provocar diabetes tipo 2, revela estudo

Foto: Vecstock/Freepik.

Uma pesquisa publicada no periódico “The American Journal of Clinical Nutrition”, associou o consumo de carne vermelha a um aumento no risco do desenvolvimento da diabetes tipo 2, onde o organismo produz uma resistência à ação da insulina.  

O estudo realizado por pesquisadores da Harvard T. H. Chan School of Public Health (HSPH), chamou atenção já que a diabetes tipo 2 é uma condição crônica grave, sendo um dos principais fatores de risco para doenças renais e cardiovasculares, câncer e demência. 

Segundo uma pesquisa da Vigitel, cerca de 16,8 milhões de brasileiros têm diabetes, o equivalente a 9,14% da população adulta. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) indicou que 90% dos pacientes com diabetes apresentam o tipo 2 da enfermidade. 

Pessoas que comem duas porções de carne vermelha por semana possuem maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 do que aquelas que consomem menos porções. Além disso, também concluiu-se que o risco aumenta quanto maior é o consumo de carne vermelha. 

Outra conclusão obtida pelo estudo, publicado em 19 de outubro de 2023, foi que substituir a carne vermelha por fontes de proteína baseadas em plantas, como oleaginosas e legumes, ou porções moderadas de laticínios, são hábitos associados com uma redução no risco da diabetes tipo 2. 

Xiao Gu, pesquisador de pós-doutorado do Departamento de Nutrição da HSPH, diz que as descobertas indicam fortemente diretrizes que recomendam limitar o consumo de carne vermelha, o que se aplica tanto às carnes processadas quanto às não-processadas. 

Estudos anteriores já haviam indicado uma ligação entre consumo de carne vermelha e diabetes tipo 2, mas este publicado recentemente analisou um grande número de casos entre participantes que foram acompanhados por bastante tempo, adicionando um nível mais elevado de certeza sobre a associação. 

Os pesquisadores analisaram dados de saúde de 216.695 participantes de diferentes estudos. As dietas foram avaliadas com questionários de frequência alimentar aplicados a cada 2 ou 4 anos, em períodos de até 36 anos. Ao longo deste período, mais de 22.000 participantes desenvolveram diabetes tipo 2 – ou seja, mais de 10% do grupo.  

De acordo com o estudo, participantes que comeram mais carne vermelha tiveram 62% mais chances de desenvolver diabetes tipo 2 comparados aos que comiam menos. Cada porção diária adicional de carne vermelha processada esteve associada a um risco 46% maior de desenvolver a doença, contra um aumento de 24% no risco para a carne vermelha não-processada. 

Também foram estimados os efeitos potenciais da substituição de uma porção de carne vermelha por outra fonte de proteína. Ao optar por uma porção de oleaginosas e legumes, o risco de desenvolver diabetes tipo 2 caía 30%, ao passo que a substituição por laticínios resultou em uma queda de 22%.

*Bahia Notícias

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