“Bancada de Coronel” amplia tensão no governo e tem potencial para controlar metade da base na Assembleia

Foto: Divulgação/Arquivo

O ambiente de instabilidade na base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (3) com o anúncio de que o senador Angelo Coronel (PSD) virou o emissário, coordenador, líder (ou qualquer outro nome que se queira dar) de um grupo de dez parlamentares governistas na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).

O G10, como foi inicialmente batizado, tem potencial, na verdade, para virar um G20, uma vez que a bancada de nove do PSD também seria, por tabela, atraída a esse novo movimento capitaneado pelo senador. A exceção seria o presidente da Casa, Adolfo Menezes (PSD), que se reserva ao papel institucional.

O grupo inicial reúne cinco deputados do PP, Antônio Henrique Jr., Niltinho, Nelson Leal, Hassan e Felipe Duarte; dois do PL, Vitor Bonfim e Raimundinho da JR; Laerte do Vando, do Podemos; e Luciano Araújo, do Solidariedade. Além de Angelo Coronel Filho (PSD).

Foi ele quem aproximou o bloco do pai, sinalizando que o senador tinha disposição de encarar a empreitada. Nas últimas semanas, Angelo Filho passou a partilhar da mesma insatisfação dos colegas com a falta de atendimento do governo às demandas encaminhadas pelos parlamentares.

O grupo ainda pode receber novas adesões. Mas, inicialmente com 18 deputados, ele fica perto de representar 1/3 da composição da Casa e já tem sido chamado nos bastidores pelos próprios integrantes de “centrão baiano”.

Numericamente a nova formação passa a ter valor decisivo em votações importantes para o governo, assim como em indicações para os tribunais de contas (TCM e TCE) e definição da próxima Mesa Diretora.

“Os órfãos agora têm pai”, resumiu um deputado que pertence ao bloco, ao admitir que “a ala de centro ficou desassistida” na Assembleia. O G10 é formado, majoritariamente, por parlamentares cujos partidos não caminharam com Jerônimo na eleição de 2022, mas que depois aderiram à base governista na Assembleia.

A liderança de Coronel se assemelha aos termos da que é tocada por Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, que tem seis estaduais para chamar de seus. Em Brasília, Elmar é forte candidato à presidência da Casa Federal na sucessão de Arthur Lira (PP-AL).

Segundo confidenciou um deputado “coronelista”, o senador, graças a seu tamanho nacional, consegue oferecer ajuda e estrutura na execução do mandato e reeleição em 2026.

“Tem um orçamento lá em cima para ajudar”, apontou, lembrando que Coronel foi escolhido como relator do orçamento de 2025.

*Política Livre

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