Briga por dinheiro leva coordenador a ameaçar renunciar e amplia crise em campanha de Geraldo Jr.

Foto: Divulgação/Arquivo

Uma intervenção branca promovida no comando da campanha do candidato do governo estadual à Prefeitura de Salvador, Geraldo Jr. (MDB), levou o coordenador Henrique Carballal a ameaçar renunciar à função e determinar que toda a sua equipe não fosse hoje trabalhar no comitê do emedebista.

O episódio reforçou a crise existente hoje no seio da campanha do emedebista, em decorrência de outras divergências entre os coordenadores e de seu baixo desempenho nas pesquisas.

Por trás da briga, estaria o interesse do PT, apontado como o partido da coligação liderada pelo candidato responsável por levantar os recursos para ele, de querer controlar integralmente o fluxo financeiro das operações da campanha.

O primeiro choque com Carballal ocorreu no momento em que as forças petistas ligadas ao senador Jaques Wagner (PT), considerado o dono da candidatura de Geraldo Jr., indicaram como tesoureiro da campanha Aécio Moreira, há cerca de 20 dias.

Apesar de ser chefe de Gabinete da secretaria de Desenvolvimento Econômico, ocupada pelo PSB, Moreira teria sido indicado pelo chefe de Gabinete do governador Jerônimo Rodrigues, Adolpho Loyola, muito ligado a Wagner.

Mesmo com a primeira intervenção, Carballal ainda trabalhou neste período sem atritos com a presença do tesoureiro até que ontem um grupo, dizendo-se ligado a Adolpho, acessou as dependências do comitê garantindo que praticamente assumiria todo o controle da campanha.

Eles argumentaram, inclusive, que, como o PT era o responsável pelos recursos que estariam sendo injetados na eleição de Geraldo, e o MDB, partido do candidato, até agora não havia assumido nenhuma responsabilidade financeira, caberia aos petistas assumir o controle dos recursos.

Carballal então teria procurado Adolpho, que negou que tivesse autorizado as pessoas a falarem em nome dele. Ainda assim, o coordenador resolveu marcar posição, retirando sua equipe do comitê.

Evidenciando uma divergência em relação à intervenção promovida pelos wagneristas, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) teria, em solidariedade a Carballal, desistido de participar de uma caminhada hoje com Geraldo em São Caetano, que acabou cancelada.

Esta não é a primeira vez que Carballal se envolve numa confusão na coordenação da campanha. Na festa de lançamento da candidatura de Geraldo, ele se desentendeu com um outro coordenador da campanha, Ivanilsson Gomes, do PV, e a briga acabou na Justiça.

Procurado por este Política Livre, Carballal não retornou as ligações. Há notícias de que o governador e o candidato tentam demovê-lo da decisão de renunciar à coordenação da campanha, afastamento que seria comemorado pelos petistas.

*Política Livre

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