Como o X/Twitter rompeu bloqueio no Brasil e pode continuar no ar

Imagem: sdx15/Shutterstock

Na manhã desta quarta-feira (18) os brasileiros se surpreenderam com a volta do X (antigo Twitter). Até o momento, a rede social de Elon Musk continua funcionando, mesmo com determinação de bloqueio pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas o que possibilitou a volta da rede social?

Em poucas palavras, uma mudança tecnológica pode deixar ainda mais difícil um novo bloqueio.

X agora usa serviço da Cloudflare

O X passou a usar serviços da Cloudflare. Especializada na área de segurança e tráfego na Internet, a empresa americana é uma das gigantes do setor e também presta serviços para várias empresas e bancos no Brasil.

Quem possibilitou a volta da rede social foi um serviço chamado proxy reverso da Cloudflare. Ele redireciona o tráfego do X, conseguindo romper o bloqueio imposto pelos provedores. A abordagem também dificulta a identificação dos IPs usados pela plataforma e um bloqueio total como o anterior. As informações são da Associação Brasileira dos Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint).

O que é e como funciona o proxy reverso usado pelo X?

O proxy reverso é basicamente um intermediário entre o usuário e o servidor de um site. No lugar de conectar com um servidor original do X, a conexão acontece por um servidor intermediário da própria Cloudfare.

A tecnologia ainda oculta o IP da rede social (o “endereço” do X na internet) e aumenta a segurança, atuando como um escudo de proteção contra ataques hacker, por exemplo.

Um servidor proxy reverso fica na frente dos servidores do X, encaminhando as solicitações do seu navegador e abrindo a página da rede social. No fim, tudo funciona como se estivesse conectado a um servidor da empresa:

O proxy reverso é um intermediário entre o dispositivo do usuário e o servidor de um site, como mostra o diagrama da Cloudfare. (Imagem: Cloudfare/Divulgação)

Se o X cair pode levar vários serviços junto

Bloquear a Cloudflare para tirar o X do ar pode afetar vários serviços essenciais, com bancos e varejistas que também usam serviços da empresa, destaca Basílio Rodríguez Perez, conselheiro da Abrint, em comunicado. Por ora, a entidade recomenda que um novo bloqueio aconteça apenas mediante novas orientações da Anatel.

O que deve acontecer nos próximos dias?

Por ora, os provedores de internet aguardam retorno da Anatel para traçar uma nova estratégia. Uma solução viável ainda não foi encontrada até o momento da publicação. As autoridades terão que discutir uma forma de bloquear o X sem comprometer outros serviços.

*Olhar Digital

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