Internet da Starlink já está em 90% dos municípios da Amazônia Legal

Imagem: Tarcisio Schnaider/ Shutterstock

Desde sua chegada no Brasil 2022, a Starlink tem ampliado seus provedores de banda larga via satélite na Amazônia Legal, com antenas instaladas em 90% dos municípios até julho desse ano, conforme revelou o levantamento da BBC.

A Amazônia Legal é uma área que corresponde a 59% do território brasileiro e engloba nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão. O recorte territorial foi instituído em 1953 tendo em vista a necessidade de desenvolver a economia da região por meio de incentivos fiscais.

Em visita ao Brasil em maio de 2022, Elon Musk se encontrou com até então presidente Jair Bolsonaro e demonstrou entusiasmo para lançar o serviço de internet em “19 mil escolar desconectadas em áreas rurais e monitoramento ambiental da Amazônia”.

Porém, conforme afirmou o ministério da Educação e secretarias estaduais à BBC, a promessa não foi cumprida.

“Verificamos junto à área de Tecnologia e Inovação da Educação Básica que não existe parceria formal, no âmbito do Ministério da Educação (MEC), com a Starlink.”

Ministério da Educação à BBC.

Em nota à reportagem, secretarias e governos de Roraima, Pará, Tocantins e Maranhão informaram que suas instituições de ensino não receberam sinal de internet da Starlink até o momento.

Uso em terras indígenas e garimpos ilegais

Por outro lado, a tecnologia de satélite permitiu comunicações em terras indígenas, atendendo postos de saúde da região.

“Nossa internet está funcionando perfeitamente. Tem ajudado de forma excepcional, tanto para equipe de saúde, que diariamente repassa informações e solicitações de resgate, como para os yanomami, que nos comunicam sobre tudo que acontece na região em que está instalada a internet.”

Junior Yanomami, presidente da associação yanomami Urihi à BBC.

A reportagem da BBC ainda ressalta que cidades de Roraima e Acre finalmente puderam usar cartões de débito ou crédito e realizar pagamentos via Pix graças à conexão da Starlink.

Apesar de disponibilizar, internet para regiões com dificuldades de infraestrutura da banda larga tradicional, a internet da Starlink foi utilizada por grupos de garimpo ilegal na Amazônia. Em março, agentes federais brasileiros encontraram antenas de internet da Starlink acompanhadas de armas e munições em um garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. 

De maio fevereiro a maio, foram encontrados 11 kits de banda larga via satélite em áreas de garimpo, conforme divulgou um levantamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama). Até o início de setembro, o número de equipamentos apreendidos subiu para 32, divulgou a reportagem da BBC.

Recentemente, a SpaceX, controladora da Starlink, anunciou um novo serviço que fornecerá conectividade para celulares LTE (Long Term Evolution; tecnologia de rede móvel), que, além da internet móvel, permitirá chamadas de voz e troca de dados entre smartphones de todo o mundo via satélite.

*Olhar Digital

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