Lula diz que não tem pressa para fazer indicações de diretores do BC

Foto: Divulgação/Arquivo

“Primeiro, com o companheiro Fernando Haddad, as coisas vão acontecer no momento em que devem acontecer. Eu tenho que indicar muita gente neste ano. Vocês estão acompanhando, eu tenho que indicar mais alguns ministros para o Superior Tribunal de Justiça, tenho que indicar quatro pessoas no Cade, tenho que indicar o procurador-geral da República, ou procuradora, eu tenho que indicar tudo isso nesse tempo”, afirmou o presidente.

“Eu quis com muita tranquilidade fazer a minha cirurgia, porque quem tem tempo, não tem pressa. Para mim não é novidade indicar alguém. Eu vou indicar alguém que eu acho que seja uma pessoa que possa ser indicada. Da mesma forma que vamos indicar pessoas para o Banco Central, que o Haddad vai indicar essas pessoas, nós vamos discutir e indicar pessoas que tenham ampla competência para exercer a função que vai que exercer.”

Segundo a lei da autonomia da autoridade monetária, aprovada em 2021, cabe ao presidente da República a indicação dos nomes para a cúpula do BC. Posteriormente, os indicados passam por sabatina na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal. Os escolhidos são, então, levados ao plenário para aprovação.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia dito que Lula indicaria os novos nomes do Banco Central nesta semana. Haddad divulgou a informação após encontro nesta segunda-feira (23) com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Embora os mandatos dos dois diretores só terminem no fim do ano, o governo quer dar celeridade às indicações para que os escolhidos passem pela sabatina ainda em 2023, antes do recesso do Congresso Nacional.

A ideia é assegurar que os novos integrantes participem do primeiro encontro do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC em 2024, agendado para os dias 30 e 31 de janeiro.

Com a indicação, a autoridade monetária passará a contar com quatro diretores designados por Lula entre os nove componentes do colegiado do BC. Os dois primeiros foram Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, e Ailton Aquino –que hoje chefia a área de Fiscalização.

Os novatos chegarão à autarquia com a missão de colaborar para a redução dos juros, como pleiteada pelo governo petista, em meio a um ambiente de deterioração do cenário externo que tem levado os economistas a discutirem a possibilidade de frear o relaxamento da política monetária.

O Banco Central esteve na mira das críticas de Lula e de seus aliados na maior parte do primeiro ano do atual governo. O mandatário com frequência criticou a taxa básica de juros e atacou o próprio presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Já o chamou de “esse cidadão”, recusando-se a pronunciar seu nome.

A tensão diminuiu após duas reduções sucessivas na Selic, que atualmente está em 12,75% ao ano.

No fim de setembro, Lula recebeu Roberto Campos Neto para uma audiência no Palácio do Planalto, o primeiro encontro desde o início do governo.

*Política Livre

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